domingo, 14 de outubro de 2012

O Maranhão não é mais no Brasil ?

Mais uma vez estou aqui a analisar a "Coluna do Sarney", porque , na verdade, mais uma vez a cara de pau desse "honorável" senhor me deixa pasma. 
Mais uma vez ele começa seu texto citando escritores. Hoje ele atacou de Saulo Ramos, que além do fato de só ter escrito um livro, O Código da Vida, foi ministro da Justiça na era Sarney. Saulo Ramos foi quem escreveu  "Erro Crasso" afirmando que a OAB maranhense, instituição estadual, não teria competência para propor uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, que seria julgada pelo Supremo Tribunal Federal para impedir a institucionalização da Fundação José Sarney em Museu da Memória Republicana (que ele defendeu com unhas e dentes) e que, segundo ele, apenas o Conselho Federal da entidade poderia fazê-lo. 
Mais uma vez e, preparem-se, não será a última, Sarney se auto valoriza em sua coluna dominguada. Ele tem que fazer isso, pois seu nome hoje é sinônimo de infâmia. Na "dominguada" dessa manhã ele fala da doação que fez ao povo maranhense do "tesouro que o destino o fez acumular". Ele diz:  "Eu poderia ter feito como os outros presidentes fizeram: vender esse patrimônio e ficar rico. Nunca em minha vida privilegiei a ambição material. Minhas prioridades foram os valores do espírito e o bem público" . Gente, o Museu da República no Rio de Janeiro contradiz o que ele está querendo afirmar. E , gente, ele nem precisaria vender esse monte de tralha para ficar rico, vamos combinar, ele  já é milionário.
E continua: "Assim doei ao povo Maranhense, através do Estado, todo esse tesouro para que dele desfrutem maranhenses e brasileiros". 
Dá para acreditar? O Maranhão não é  mais Brasil ? Ah, claro, pode ser que não mesmo. Vai ver o Sarney já assinou documento se apoderando do Estado e já determinou que fosse um país á parte: o dele. Vai ver que é isso! Temos que ficar de olho, pois tanto o Convento das Mercês, cujo prédio já é tido como pertencente á familia Sarney, quanto o terreno que hoje abriga o galpão onde acontece a feira do Livro, na Praça Maria Aragão, me parecem dois casos evidentes de "grilagem urbana" cometidos pela familia Sarney (em nome do Estado, é claro).  Mas do caso do terreno falaremos em outra oportunidade.  
O caso do Convento das Mercês merece de imediato nossa atenção. Me inquieta o fato de os artistas protestarem contra a mudança de local do Circo da Cidade e não contestarem a utilização do Convento, o dinheiro gasto com mega-shows para se comemorar o aniversário da cidade, o péssimo estado da Escola Modelo, a extinção da galeria Nagy Lajos, a má utilização da Casa do Maranhão, a falta de um transporte decente e seguro entre o cais da Praia Grande , em São Luis, e a cidade de Alcântara. Tanta coisa importante que necessita a população...
 














A quem interessa estudar o acervo doado pelo Sarney, pois se ele mesmo diz que os bens materiais não têm valor. O que deve ser estudada , essa sim, é a personalidade dessa figura dissimulada que entrou na nossa história pela porta dos fundos e hoje se revela doentia na "Coluna do Sarney". 

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