quarta-feira, 26 de outubro de 2011

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Quantos micos?

Há muito tempo vieram ao nosso bar quatro adolescentes paulistas á procura de “pelo menos
dois miquinhos”.
Enquanto eu servia as bebidas encomendadas, eles se mostravam cada vez mais excitados.
_ Se a gente consegue encontrar, eu quero também; disse a moça de cabelos ruivos.
Já eram então três os micos que eles pretendiam levar.
Surpresa com tamanha inconsciência ecológica e essa euforia infantil de querer levar os miquinhos para São Paulo, eu questionei:
_Vocês querem dizer que nem conhecem a Ilha e vieram para comprar ou pegar miquinhos?
_ A gente chegou agora e deu de cara com esse adesivo com um mico! – dizia eufórico o moço de óculos escuros apontando para a logomarca na porta do jipe estacionado em frente ao bar, como se aquilo fosse uma “coincidência espiritual”.
_ É um mico não é? -  reforçou o mais gordinho, o único que não queria mico nenhum.
_ Esse, eu respondi, é um Callitrix Penicilatus. Um mico. Vive em liberdade nessa ilha ao lado de outros animais como as iguanas e os sarigueis – sem querer ofender o rapaz – e vocês não podem levá-los daqui!
_Ahhh! Mas a senhora tem miquinhos? A senhora tem? – me implorava a mais lindinha.
_ Ter? Eu não tenho nada! Muitos deles vêm até as mangueiras e goiabeiras do jardim. São muito lindos. As árvores são sempre visitadas por famílias inteiras de Callitrix.
_ Pelo amor de Deus, dona, deixa a gente então pelo menos ver! Eu posso tomar conta deles. Lá em casa eu até tenho mais árvores do que a senhora tem aqui – me pedia de joelhos o mais agitado.
_ De jeito nenhum, jovens! Daqui pra São Paulo o bichinho morre de medo, de fome e de tristeza!
_ Senhora, eu pago! – pensando dizer a palavra mágica me atirou essa o agitado.
De tão surpresa eu fiquei de boca aberta, mas ainda fui gentil com eles e disse:
_O máximo que eu posso fazer é deixar vocês irem ver se tem mico nas árvores do meu quintal. Faço isso para dar uma chance a vocês. Quem sabe vendo como os miquinhos são felizes nessas árvores vocês desistem dessa idéia de tirar os bichinhos da mãe natureza. Seria realmente uma chance, só que tenho quase certeza de que a essa hora não vai ter miquinho certo dando sopa no sol.  Vamos?
Atravessamos a cozinha branca e limpa de nosso bar e os adolescentes de São Paulo se encontraram em meio a uma paisagem abundante de frutas e folhas. Eles observaram um instante em silêncio... Em vão: nenhum miquinho apareceu.
Desapontados, os quatro me fizeram um monte de perguntas ás quais fiz questão de não responder: “como a gente pega os micos?”, ”quem vende mico aqui na Ilha?”, “o quê que eles comem?”, “até que tamanho eles crescem?”...
Desapontada com o fato de que a ilha esteja assim tão vulnerável, eu ainda ousei propor a eles de irem dar uma volta de bicicleta observando com atenção a paisagem e que certamente iam poder admirar os miquinhos nos tetos dos casarões coloniais da Praça do Campo Formoso.
Mas eles me disseram adeus me garantindo que não voltariam pra São Paulo sem “pelo menos dois miquinhos"./Marilia de Laroche

domingo, 23 de outubro de 2011

Só "ele" é inteligente ...


Não, não dá para acreditar. Está no jornal do poderoso chefão: Acervo da Fundação José Sarney é doado para o governo do Estado. Tiveram a cara dura de publicar tim-tim por tim-tim tudo que o velhaco está deixando como herança ao pobre povo do Maranhão para tentar justificar a "estatização da fundação". Não há justificativa que o valha. Gente, tem até folheto de programa de viagens de dona Marly Sarney! Uma santa ceia feita em saco de estopa?! Os Sermões, do padre Antônio Vieira (aquele que deixou o Maranhão pedindo á Deus que nunca mais tivesse que retornar!). Um Maquiavel editado em 1560?! Despachos da época do impeachement de Collor ?! Nossa! Para o Maranhão? Ahh! mas sem essas "preciosidades" o povo do Maranhão não poderia se "agigantar"! Francamente ! Nada, dos 40 mil itens que o esperto político, senador do Amapá e presidente vitalício do senado brasileiro está "doando" ao Estado, tem real valor. São itens acumulados em cinco anos de "presidência da república" que deveriam constar do acervo do Museu da República no Rio de Janeiro, onde certamente estariam catalogados e referenciados como o período em que o Brasil foi governado por aquele que não era para ser. O maior dos acidentes da nossa história. A maior decepção. Talvez o maior erro também. Mas o mal está feito. Pior é ver estampadas na reportagem da "famiglia" as fotos de peças sacras que muito provavelmente pertenciam ao patrimônio de nossas igrejas barrocas que vem sendo roubado e dilapidado ao longo dos anos pelos ricos católicos e fervorosos colecionadores de "arte". Será que um dia o Sarney vai devolver ao Estado os portões do cemitério de Alcântara? Talvez.... Se criarmos uma outra fundação: Fundação do Retorno do Patrimônio Histórico Roubado do Maranhão. 
Em sua coluna "dominguada", o próprio Sarney tenta convencer os leitores de que ele é o único político inteligente e que só ele foi capaz de "uma das maiores obras de amor e benemerência ao Maranhão: doar ao povo do Maranhão um patrimônio que os outros presidentes venderam. Eu o fiz com grandeza e amor"... Francamente!!! Esse homem sofre mesmo de egocentrismo e falta de discernimento. Outra coisa de que ele se vangloria sempre é de ser um homem culto, que lê muitos livros... Vive citando Shakespeare, Santo Agostinho, Voltaire...Na França existe um ditado para esse tipo de pessoas: "La culture c'est comme de la confiture, moins on en a, plus on l'étale". "A cultura é como geléia, quanto menos a gente tem, mais a gente espalha" Mas é o tal negócio... Em terra de cego quem tem um olho é rei. Abra o olho Maranhão!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

XÔ SARNEYS


As propagandas do espigão e da via expressa já renderam uma fortuna. A repetição massiva do pouco que foi feito e do que ainda está se prometendo fazer (será que vai acontecer?) é um escândalo de tentativa de entupir o cérebro do povão com mais demostração de falácia enganosa , método bastante utilizado pela famiglia Sarney. O governo de Roseana Sarney não apoia mais projetos culturais com verbas efetivas. Eles apoiam doando mídia. Ora! Sabemos quem ganha com isso! Junta-se a tudo a estatização da fundação....Coitado do povo do Maranhão.... Coitado do Brasil!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Roupa suja no Convento das Mercês

Mais uma vez a sanha da família Sarney impôs sua falta de vergonha e envergonha o povo do Maranhão. A estatização da Fundação José Sarney é uma afronta tão acintosa que dá desânimo. O acervo do período em que Sarney foi presidente deveria, na verdade, ir para o Museu da República, no Rio de Janeiro, e não ser cultuado no Convento das Mercês, aqui em São Luis. 
Mas como bem disse Sherazade, a das mil e uma noites do jornalismo do SBT: 
"Manda quem pode, obedece quem tem o rabo preso" . 
Que vergonha!

Chove lá fora e aqui... nem assim faz frio.




terça-feira, 18 de outubro de 2011

domingo, 16 de outubro de 2011

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

For Jobs

 "Seguir pensando diferente"

sábado, 1 de outubro de 2011

Estou dizendo... Os ventos estão mudando...Faço questão de transcrever aqui o que a revista Veja publicou essa semana sobre Sarney.



29/09/2011
 às 2:59 \ Direto ao Ponto/ Revista Veja 

O patriarca condenado à impunidade perpétua não escapou do castigo público

Fortalecida pelo engavetamento da Operação Boi Barrica por uma turma do Superior Tribunal de Justiça, a certeza de que vai morrer em liberdade animou o senador José Sarney a reiterar que só deixará a vida pública sobre um carro do Corpo de Bombeiros. “A política só tem porta de entrada”, disse neste sábado. Repetida desde a metade do século passado, a falácia recitada à tarde foi implodida à noite, já na abertura da apresentação da banda Capital Inicial no Rock in Rio. Como atesta o vídeo, o vocalista Dinho Ouro Preto e o coro que juntou milhares de vozes precisaram de apenas quatro minutos para ensinar a Sarney que a política não tem porta de saída só em grotões atulhados de eleitores que, tangidos pela dependência financeira e pela anemia intelectual, validam nas urnas o jugo de um coronel de jaquetão.
Depois de fustigar “as oligarquias que parecem ainda governar o Brasil, que conseguem deixar os grandes jornais censurados por mais de dois anos, como o Estado de S. Paulo“, Dinho informou que tipo de castigo público seria aplicado ao símbolo do país da impunidade: “Essa aqui é para o Congresso brasileiro, essa aqui é pro José Sarney. Isso aqui se chama Que país é esse?”  Entusiasmada, a multidão esbanjou convicção na resposta ao refrão que repete quatro vezes a pergunta do título: Que país é esse? Conjugada com o desabafo improvisado pela plateia durante o solo do guitarrista, a réplica entoada 16 vezes comunicou ao presidente do Senado que, pelo menos no Brasil que não se rende ao primitivismo, a política não tem uma porta só.
Também existe a porta de saída. É a dos fundos e, entre outras serventias, presta-se ao despejo de sarneys. O problema é que vive emperrada nas paragens que ignoram a diferença entre um prontuário de uma folha de serviços. Se tivesse nascido em qualquer lugar civilizado, o patriarca só veria a Famiglia reunida num pátio de cadeia. Aqui, prepara em sossego a celebração dos 82 anos de nascimento, enquanto vigia a lista de convidados com o olhar atento do punguista: não pode ficar fora da festança nenhum dos figurões que o aniversariante infiltrou nos três Poderes.
Depois do acasalamento com Lula, que lhe conferiu o título de maior ladrão do Brasil até descobrir que haviam nascido um para o outro, Sarney expandiu notavelmente os domínios da capitania hereditária. Incorporou o Amapá ao Maranhão, anexou ao latifúndio do Ministério de Minas e Energia o sempre útil Ministério do Turismo, expropriou mais cofres do segundo e terceiro escalões. Valendo-se da carteirinha de Homem Incomum, assinada por Lula, anda prosperando como nunca no Executivo. Com o amparo das bancadas do Sarney e o amém pusilânime da oposição oficial, tornou-se presidente vitalício do Senado e faz o que quer no Legislativo.
A afrontosa operação de socorro consumada há poucos dias atesta que os tentáculos estendidos ao Judiciário já alcançaram o Superior Tribunal de Justiça. Nenhuma surpresa. Magistrados a serviço de Madre Superiora agem há tempos em muitas frentes. O Tribunal Superior Eleitoral cassou o mandato de João Capiberibe, senador pelo Amapá, acusado de ter comprado dois votos e de ser adversário confesso de Sarney. O TSE também afastou o governador maranhense Jackson Lago, acusado de abuso de poder econômico e de hostilidade aos donatários da capitania (e instalou Roseana Sarney em seu lugar). Ambos foram punidos pelo segundo crime.
Quando começaram a vazar as descobertas da Boi Barrica, o juiz Dácio Vieira, plantado por Sarney no Tribunal de Justiça do Distrito Federal, ressuscitou a censura e proibiu o Estadão de publicar as verdades colhidas pela Polícia Federal. Agora, a sensação de perigo induziu o comandante supremo da organização criminosa a mobilizar amigos acampados no STJ. Para garantir o direito de ir e vir de parentes e agregados do clã, todos metidos em negociatas de bom tamanho, o ministro Sebastião Reis Júnior resolveu que as autorizações para a escuta telefônica, expedidas por juízes da primeira instância, não estavam bem fundamentadas.
Em seis dias, produziu um papelório de 54 páginas, muito mal fundamentado, concebido para resgatar os soterrados pela montanha de provas acumuladas em três anos de investigações. Uma reunião da turma bastou para que Reis e mais dois ministros forjassem o espantoso desfecho da operação de socorro. O presidente do Senado, seu filho Fernando e demais componentes do bando estão certos. Errados estão os juízes que autorizaram a escuta telefônica, os integrantes do Ministério Público que monitoraram a Boi Barrica e a Polícia Federal. Além do Estadão.
O triunfo dos bandidos sobre os xerifes confirma que o sobrenome inventado por José Ribamar Ferreira de Araújo Costa é sinônimo de riqueza, poder, impunidade. Mas o canto de guerra que animou a noitada no Rock in Rio avisa que um dia vai virar estigma. É irrelevante saber quando a sentença começará a ser cumprida. O que importa é constatar que a prole foi condenada, sem direito a recurso, a tentar sobreviver num Brasil em que Sarney será o outro nome da infâmia.