sábado, 30 de janeiro de 2010

Elétron livre / Electron libre

Como Raul já dizia... "Curvo-me ante a beleza de ser. Ás vêzes zombo de mim mesmo ao término de uma inteligente constatação. Ermitão do insólito, poeta da dúvida. Entretanto duvido a dúvida por ser dúvida fruto de uma premissa lógica. Mas nego, afirmo e não duvido de nada. Prisioneiro sem grade desse silêncio eterno”. Pra nunca esquecer... “Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade” !!! Comme Raul le disait: "Je me pli devant la beauté d'être. Des fois je me moque de moi même Au terme d'une intelligente constatation. Hermite de l'insolite, poète du doute fruit d'une prémisse logique Mais je nie, j'affirme et je ne doute de rien. Prisonnier sans grillage de ce silence eternel". Et pour jamais oublier... " Un rêve rêvé tout seul est un rêve. Un rêve rêve a plusieurs est réalité" !!!

sábado, 16 de janeiro de 2010

E o Mundo se prepara para mais um carnaval...

O que é mais urgente que salvar as pessoas desse terremoto no Haiti? Nada. Agora, nada! Mas o mundo não pára. Enquanto milhares agonizam há seis dias sob os escombros de um país há muito arruinado e sacudido pelas entranhas da terra e as estranhezas políticas, outros morrem em explosões de homens-bomba em guerras fanáticas e religiosas.Enquanto aqui no Brasil os políticos fazem a vergonha do país, aqui mesmo no Maranhão o Brasil afunda (na "m..." e em dívida com a natureza)... Enquanto a maioria se prepara para mais um carnaval. Decididamente... Mais "cem anos de solidão"? MdL/012010

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

É urgente, Brasil !

O que está acontecendo aqui no Maranhão não pode deixar de ser denunciado ao Brasil. Lula esteve aqui mais uma vez e disse m..., como que fazendo parte de um complô, feito uma marionete em uma grande farsa. Além de estar mais que óbvio que toda essa encenação já é campanha eleitoral antes do tempo, estão indo na contramão de tudo que os seres humanos estão pedindo e precisando agora: inovar e cuidar da nossa vida no planeta. “Mega empreendimentos, usinas de petróleo"? Não! Estudos avançados já concluíram o fim dos nossos recursos naturais do óleo negro. Ir buscar petróleo no pré-sal também é loucura! É dinheiro gasto estupidamente... Daria para resolver de vez os problemas básicos que enfrenta dia após dia a população. Daria para investir tudo na saúde e na educação, só para começar. O que se gasta com balelas monumentais daria para instalar energia solar para todos. O Maranhão tem sol, vento e chuva bastante para se auto iluminar e ainda dar exemplo para o mundo todo. Até os países mais frios (e maiores produtores de petróleo) usam energias do sol e dos ventos. É estranho querer levar postes e fios de luz para lugares tão virgens... Todos os dias sai a foto do ministro Lobão prometendo luz para todos. Lula, quanto engodo! É tão absurdo o que acontece no Brasil, aqui no Maranhão, que é urgente uma reflexão nacional. Uma refinaria de petróleo em Bacabeira, a 200 km do Parque Nacional dos Lençóis? Você se dá conta do que vai acontecer em menos de cinco anos nessa região? Sem contar que praticamente todas as terras do entorno da área de implantação da refinaria são propriedade da família Sarney - que, beneficiando-se de "segredos de Estado", comprou terras de Rosário á Santo Amaro até Barreirinhas. Lula você está realizando o sonho de um coronel? Lula, essa sua ligação com a família Sarney... Vamos acabar em maus lençóis. O que é isso companheiro? O que deu em você? Onde foi parar seu juízo? Tudo isso para eleger Dilma Rousseff? Aqui na terra, o ecossistema é frágil. Os rios dessa área são os mais lindos e cheios de todo o nordeste! Não permita que entupam a paisagem com as mazelas do tal do "progresso". Não é disso que o povo precisa. Pelo Brasil, não desonre o nosso voto. Marília de Laroche/15 jan2010

sábado, 9 de janeiro de 2010

Angelique Kidjo: um presente da França para São Luis em 2009

Não me perguntem por que só agora escrevo sobre a vinda de Angelique Kidjo á São Luis. Eu ainda quero escrever sobre cada um dos oito projetos que aconteceram em São Luis, mas esse Ano da França no Maranhão me deixou marcas, algumas feito lindas tatuagens, outras bem profundas...Só eu sei. Angelique Kidjo já estava tatuada em minha memória quando nos conhecemos em 2005, no sul da França. Eu trabalhava para uma rádio e ela se apresentou no Festival de Jazz de Juan-les-Pins e pudemos conversar sobre o disco que ela acabara de lançar com registros sonoros feitos na Bahia. Com as comemorações do Ano da França canceladas aqui pelo governo Roseana Sarney, a Embaixada Francesa decidiu presentear a cidade de São Luis em seu dia de aniversário 8 de setembro)trazendo Angelique e sua banda para cantar na praça Maria Aragão. Bem mais que um show de voz, talento e simpatia, a apresentação da cantora Angelique Kidjo em São Luis foi um banho de universalidade. Angelique Kidjo não foi escolhida para essa festa por acaso. Ela, o Benin (seu país natal)e a França têm tudo a ver com as origens do Maranhão.E o público sentiu isso na pele desde as primeiras batidas da percussão. Ela cantou e emocionou e assim homenageou o público de São Luis: “Vou agora cantar uma benção. Acredito que só existe uma raça humana com muita diversidade. E isso é uma riqueza, não uma ameaça. Eu sonho com o dia em que não haverá mais racismo, nem guerras. A música é um instrumento universal e através dela podemos viver em paz. Essa benção vai daqui de São Luis para o Brasil e para o Mundo”. Não havia dúvidas, o público se reconhecia na voz de Angelique, nas palavras ditas em fon, em português, em yorubá. O público se reconhecia no seu jeito de se expressar com o corpo todo diante de um tambor. Acompanhada de músicos simplesmente de primeira, ela encantou a cidade. Merci á la France, ao Escritório da Musica da Embaixada Francesa, á Aliança Francesa e sua diretora Emilie Jacament, á Fundação Municipal de Cultura e á Prefeitura de São Luis. Merci Angelique Kidjo. Feliz Ano Novo! MdL012010

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Para 2010: que Atins seja preservada até o ano 3000


Ir para Atins, ou voltar de Atins é quase sempre uma aventura agradável. Nunca deixa de ser uma aventura. A cada vez que volto de lá sinto me enriquecida. Em todos os sentidos. Até por que lá eu quase não gasto dinheiro. Levo castanhas do mercado da Praia Grande e compro água, tomo caldo de ovos em qualquer lugar a três reais ( no Buna tem caldo de ovos no cardápio, a sete reais - é claro e mais que compreensível) e durmo tranquilamente em uma barraca, desde que em terreno seguro, com um banheiro por perto e bastante silêncio. Lá eu aprendo um monte de coisas. Lá eu percebo o que acontece agora com o universo. Isso não tem preço. Desta vez eu fui para passar o réveillon com amigos. Graças á distância, em Atins pouca gente foi jogar lixo para Iemanjá. Conheci pessoas interessantes. A pousada estava completa. Casais, famílias, italianos, ingleses, maranhenses, franceses, israelenses, paulistas, mineiros... Meu filho brincou com crianças em todos os idiomas, nadando no igarapé, correndo na praia, alimentando os patos, se divertindo com o pavão, com iguanas, cachorros e gatos. Se enchendo os olhos de pássaros, e o ventre com verde e frutas. Há que se estudar a fundo a flora e a fauna desse lugar. Nas areias de Atins, me sinto em casa. Meu avô morava em Vitória e eu brincava no quintal em meio a essa mesma vegetação. Só que em Vitória não existe mais nenhum terreno de areia na praia de Camburí e as crianças de lá, talvez, só poderão provar o doce da frutinha cor de laranja em forma de barquinho, aqui no Maranhão. A virada do dia 31 de dezembro para o dia primeiro de janeiro passamos na praia. À meia-noite : maré vazia e lua cheia. De longe eu avistava a nuvem negra que escondia a lua e vinha lentamente em nossa direção. Senti o vento que anunciava a tempestade. Da praia eu via os relâmpagos chicoteando o mar. Temi por meu filho á beira d’água. Chamei e disse que viesse comigo, que deveríamos chegar á pousada antes que aquela chuva caísse e pegasse a gente ali naquele descampado. Como todo “adolescente” ele quis ficar “só mais um pouquinho”. Deixei que brincasse um pouco mais com as ondas, mas quando meus instintos de mãe e de sobrevivência me bateram dei um grito e ele veio. Andamos rápido pela areia fofa até chegar á encruzilhada do posto de saúde. Uma Toyota ia passando e nos deu carona. Foi chegar no rancho, escovar os dentes e entrar na barraca que a chuva despencou. Choveu a noite inteira, chuva grossa de ventania. O dia primeiro de janeiro de 2010 amanheceu chuvoso, mas logo o céu se abriu. Senti que o ano que começava trazia mesmo muita esperança. Quando os hóspedes com crianças foram embora, nós fizemos o mesmo no dia seguinte. E foi aí que a parte agradável da viagem sofreu interferência negativa. Estávamos nós sentadinhos na Toyota, apreciando tudo enquanto o motorista embarcava mais um, quando uma brasileira (desculpem, mas ela era maranhense de São Luis), sentada no primeiro banco, dá a última golada em uma cerveja e joga a latinha para fora do carro. Um jovem engenheiro goiano, vendo o desleixo da senhora, desce da Toyota e cata a latinha. Todo mundo percebeu a cara de decepção do rapaz (que viajava conosco) e perguntei inocentemente: Nossa! Quem fez isso?! A “culpada”, sentada lá na frente, portanto uma mulher de aparência estudada, virou-se para trás, se encrespou e disse: “fui eu purquê?”. Eu disse, espontâneamente: "maravilha, belo exemplo!".
Não fosse todo o lixo que encontramos por Atins, jogado por pessoas que pensam e agem como a referida, eu talvez não me espantasse com o perigo da arrogância do "você não sabe com quem está falando" que ela fez questão de juntar ao seu ar de autoridade... Seria terrível se ela dissesse que é professora universitária. Já pensou?! Eu de novo disse “maravilha”.
A pessoa, loira por opção, começou um discurso sem lógica dizendo que jogava sim porque o “puder público num faz, porque que eu vou fazê?». No que eu tentei convencê-la “mas minha senhora, cada um tem que fazer a sua parte. Você vem lá de São Luis para sujar os Lençóis Maranhenses? Por causa de gente como a senhora é que o Maranhão está nesse estado”. “Ah vai pra pôrra, ecologista de merda!», foi o que ela me disse de mais gentil.
Meus amigos pediram que eu não retrucasse e me calei. Pois a viagem inteira ela ficou tentando me provocar e ameaçando “ah que hoje aqui vai ter porrada”, dizia ela lá do banco da frente. Perguntei ao casal do segundo banco, que ria da situação, se viajavam com ela. “De jeito nenhum, a gente não anda com esse tipo de gente», me responderam rindo. Senti-me satisfeita e em momento algum as provocações da coitada me ferveram o sangue. Só que isso, somado aos casos horríveis de falta de educação dos cearenses e maranhenses que o dono da pousada (ele mesmo de tradicional familia maranhense) havia nos contado, me deixaram ainda mais preocupada com a situação do Brasil. E mais uma vez me certifiquei da ameaça da ignorância sobre nosso meio ambiente...
Atins...
Saúde!
Marilia de Laroche
MdL/01012010